terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Fé, Coração e Violão

(Jordan Campos)

Eu sou um velho conhecido meu. Um ariano doce de cabeça dura
Eu sou uma velha história em minha nova vida...
Uma ruga, uma pedra, eu faço o meu destino.
Um bailarino lunático, um guerreiro do universo.
(Constelação de Lyra, planeta K-Pax)
Eu sou poesia e paixão entrando no teu mundo
(Quando você deixar... De vez e mergulhando)
Eu ando pelas ruas como se andasse na tua.
(Falando nisso meu GPS falhou e esqueci o nome dela)
Eu vou onde o povo está, mas nem sempre encontro alguém
(Mas faço o som mesmo assim...)

Nem tudo por aqui é uma maravilha
(Nenhuma pacata ou romântico lugar do interior lá das tais Minas Gerais)
Nem sempre a casa está cheia
(A TV ligada costuma disfarçar os vizinhos de olhos grandes)
Às vezes sou o centro, às vezes sou plateia
(Hoje não sei bem onde estou...)
Mas quase sempre acabo só...
Nem tudo por aqui acaba em risada...
Nem sempre a cama tem nome (ou não)
Às vezes tem você, às vezes não tem nada (ilusão?)

E quase sempre sou...
Fé, coração e violão...
Fé, coração e violão?
Fé, coração e violão!
Fé, coração e violão.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

EU SOU TEU - Jordan Campos / Leoni

Um CASAL EM “CRISE”, tentando arrumar desculpas para não ver o óbvio?
Apresento em primeira mão a canção “EU SOU TEU” que conta esta história, e participará a partir de Março do Concurso de Composição promovido pelo cantor e compositor Leoni para escolher um parceiro para o mesmo. A melhor letra será escolhida, mas para chegarmos à FINAL do concurso precisaremos de toda a força de vocês em duas eliminatórias de voto popular. Posso contar contigo? Escutou e gostou da música abaixo? Esta canção já tem a parceria Jordan / Leoni. Eu fiz a letra e o Leoni a melodia. Quem canta comigo no vídeo é minha talentosa amiga Natália Improta que abrilhanta o trabalho que é compor e participar de um grande concurso nacional. Em breve convocarei todos para as votações!!! Enquanto isso AUMENTE O SOM E COMECE A CURTIR, quem sabe um novo Hit Musical. 
 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O Maior dos Dilemas

(Por Jordan Campos)

Homens estranhos vindos do futuro entraram em seu quarto.
Imóvel escutou, atento às instruções:
Não poderia deixar aquele encontro dar sequência.
Deveria abandonar aquela “infeliz” ideia romântica.
- “Mas por quê? Logo agora?”
Sim, foi avisado que teria uma grande missão neste mundo.
- “Ótimo, com o encontro farei melhor!!!”
Errado estava, segundo aqueles estranhos homens.
Sua solidão e seu vazio eram os grandes responsáveis por fazer que sempre...
Sempre ele quisesse buscar além de si mesmo, e assim realizar grandes feitos.
Confessaram que foram eles, sob ordens maiores...
Que afastaram a família outrora, que fizeram a dor brotar e fazê-lo incompreensível.
E que ela, aquela mulher, tinha um grande problema.
Ela o bastava!
E se isso acontecesse, ele cessaria a insana corrida e apenas ficaria com o amor, e aquietaria.
Pasmo ficou com a explicação e chorando tentou remediar...
A ordem era expressa e “vinha de cima”, pelo progresso (estranho)...
Haveriam de impedir que se completasse para que o seu vazio produzisse pela humanidade.
- “Mas isso é cruel, injusto...”
Não estamos aqui para discutir sobre sentimentos...
Estamos lhe oferecendo desde pequeno, algo que muitos pagariam muito caro.
E você... Simplesmente quer trocar isso?
Estamos aqui pelo seu progresso e o de muitos. Não seja egoísta e queira brincar de se completar.
- “Quer dizer que toda aquela dor que tive, foi...”
Sim, foi! E agora vamos embora. Não ouse nos desobedecer.
– “Mas...”
Sem “mas” ... Controlamos tudo a séculos.
Quando deixamos vocês, Homens, se virarem sozinhos...
Sempre cometem erros históricos.
Chega!!! Sem sentimentalismo!!!

( ... )

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Solidão no Divã - Um Ensaio

Por Jordan Campos

Estava voltando para casa esta semana quando parado fiquei em um longo engarrafamento. Algo deveria ter acontecido, pois não era normal que às 22h aquela avenida estivesse assim numa quinta-feira simples. Os ânimos estavam alterados, aliás, como em qualquer evento que pareça tirar um segundo da rotina deste povo de meu planeta Terra. A ansiedade estava num processo perigoso e acelerado em toda esta gente. Todos assaltados por pensamentos ansiosos e antecipatórios, e sempre insatisfeitos com tudo. Não importava se tinham um bom emprego, queriam mais; se tinham uma boa família, procuravam sempre algo para servir de desculpa em suas escapulidas... Um quadro repetitivo e vazio. E que aos poucos por falta de solução, somatizava as conhecidas síndromes psiquiátricas na mente. Depressão, pânico, TOC, transtornos alimentares – todos prolongamentos distintos de um mesmo agente: a ansiedade. Mas de onde vinha esta ansiedade? – Essa era a pergunta recorrente em meu consultório e em eventos que participava. Culpavam a mídia, a globalização, as exigências de mercado, o ritmo acelerado. Não estavam errados, mas também não totalmente certos. Eu havia depois de anos estudando o assunto e levando à prática, observado que todas estas pessoas tinham algo muito em comum: sofriam de solidão. Uma solidão profunda. E solidão não é falta de gente para sair, namorar ou fazer sexo, isto é carência, e carência não é solidão. Solidão também não é o sentimento experimentado pelas pessoas que estão longe ou pelas que já se foram e não podem voltar, isto é saudade e saudade não é solidão, embora muito confundida com esta. Muitas vezes nos impomos um tempo íntimo e nos afastamos para reorganizar a mente e respirar um pouco, e isso é busca de equilíbrio e jamais solidão. Outras vezes o destino nos coloca, sem perguntar se queremos, num claustro involuntário como lagartas em casulos, e isso é uma lei da natureza. Falta de gente ao lado é simplesmente um momento, um detalhe. Solidão é muito mais simples e duro que isso, é quando nos desconectamos com nossa própria alma e procuramos desesperadamente pelo nosso EU. Solidão é ausência do EU. É quando dentro de nós não existe mais esta identidade e ficamos ansiosos a procurar algo que possa fechar este buraco.


Procuramos em ocupações, em compras, em paixões vazias e príncipes encantados e soluções que caiam milagrosamente do céu e nos enganamos em todos os beijos e camas que deitamos, produzindo assim uma doença de solidão que a depender do mapa mental de cada um fica representada com a classificação moderna das síndromes psiquiátricas. É como se cem pessoas estivessem dentro de uma sala fechada e lá fosse lançado um agente alérgico. Destas cem, setenta nada sentiriam. Dez sentiriam muita coceira, dez começariam a espirrar, cinco sentiriam falta de ar, três sentiriam os olhos arderem e muita dor de cabeça e duas entrariam em choque anafilático. O mesmo agente levando a uma repercussão diferente em cada ser. Assim é a solidão como agente alérgico. Ela invade aquele ambiente e provoca a sensação de algo errado que é a ansiedade, e logo depois alguns desenvolvem depressão, outros pânico, transtornos alimentares e TOC. Poucos podem pirar mesmo e cometer um suicídio.
A teologia explica que a solidão é a falta de Deus em nós, que precisamos dele para nos sentir completos. A sociologia explica que quando o indivíduo não corresponde às expectativas das normas sociais vigentes em sua cultura, este ser fica a par da sociedade e desenvolve uma solidão social. A psicologia ortodoxa enxerga que problemas no comportamento e na formação da personalidade fazem o ser se sentir só, complexo, traumático e desenvolver a solidão. A filosofia é um tanto mais radical e diz que nascemos sós e vamos morrer a sós, e que nada adianta se fazer como perda de tempo – devemos aceitar nossa solidão e viver com ela.
Na era atual podemos entender que de tudo isso há uma vertente real, e que se olharmos profundamente a solidão não é falta de alguém ou de algo; é sim falta de si mesmo – falta de identidade. Perdida em alguma circunstância traumática e dolorosa, talvez muito antes de nós mesmos como nomeados em nossas carteiras de identidade. Carregamos uma solidão congênita, que pode ser na memória biológica de nossos ancestrais ou na memória espiritual de outras vidas. Mortes mal morridas desenvolvem uma sub-personalidade de solidão, o espírito fica perdido no momento da morte e não consegue se guiar ou ser guiado, não entende e não aceita aquela morte e se sente traído por Deus e por ele mesmo nas suas crenças imediatistas e provisórias. O destino compulsório impõe outra existência a este ser como prova de amor e continuidade, mas um simples fator traumático, como um parto complicado, por exemplo, evoca a memória da sub-personalidade. Outras pessoas são vítimas de tragédias, de guerras, onde todos morreram e elas ficaram sós. De abandonos profundos que levaram à morte. De prisões em sentimentos, objetos e circunstâncias. E precisam ‘voltar lá’ e reconectar a experiência para trazerem de volta o seu Eu. Hoje temos solidões químicas também, onde as drogas o álcool e os vícios produzem um adeus à identidade e ocupam este lugar provocando a dependência e muitas vezes a morte social e real. Sempre que colocarmos a nossa felicidade em algo ou alguém, estamos prontamente justos a fracassar. Pois tudo pode nos decepcionar, até nos mesmos! Digo com firmeza que a síndrome do pânico ou qualquer transtorno de raiz ansiosa começa na solidão, ou na falsa completude. Quando a ‘ficha começa a cair’ o corpo assusta e o tal ‘vômito mental’ chega e desesperamos. Toda pessoa que desenvolve a crise deve parar e perceber que sente solidão. Talvez seja uma daquelas com a ‘síndrome do eterno insatisfeito’, mascarando a imensa dor que sentem pela falta de si mesmos. Solidão, solidão... Solidão.

Cheguei ao final do engarrafamento e muitos solitários voltaram para as suas casas cheias, mas vazias. Andavam em bando, mas eram sós.

Forjavam um verniz de potência sobre tudo – alicerce de vidro.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sobre quem Chega

(Jordan Campos)
...Pessoas novas chegam à sua vida como respostas a orações silenciosas e sinceras. A cada dia que passa, na rotina inventada que nos consome... Pensamos não ser verdade que tudo está simplesmente ao nosso lado. E evoluir é apenas se dar conta disto, que tudo sempre esteve ali te esperando. E que a hora certa é agora, só agora, guardando tudo que temos há tempos. Novos sorrisos em um vinho guardado e envelhecido às sete chaves.
Doces e fortes melodias embalam nossa criança interior...
Guardará então, o doce seco vinho, nossas almas desejosas e assim, fermentará o infinito.
Nada na vida muda sem revolução...
Sem atender ao telefonema ou dizer tudo que sente as cinco da manhã...
Esta magia me emociona tanto, que a Lua que minguava é perto para se tocar, agora.
Banhos de lua deixam marcas sim.
Como minha feição nesta foto, ninando o vinho para abraçar o novo.
E de repente não há mais carma, e apenas... Darma!
Amém.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Estranho Costume

As pessoas se acostumaram a "não dar certo", e temem sem saber, a possibilidade de simplesmente poder "ter encontrado um bom caminho". Evocam medos e inseguranças, e cantam que "tudo bem é um sinal de que algo não vai bem" e se boicotam. Criam espinhos para si mesmos. Os auto-espinhos do "não mereço". O ser humano está condenado a ser feliz, mas nunca sem entrega e atos corajosos. Ser médio é medíocre. Ser grave ou agudo, faz a diferença da evolução. Mas mesmo assim... somos uma pequena parte, numa pequena sala, buscando acertar. Então tira a "bunda" da cadeira e abrace o incerto cheiroso... Depois vc ri ou chora e aprende que tudo foi necessário. (Jordan Campos)

Nexo

(por Jordan Campos)

... Sem vinho nas veias, longe da noção exata deste sentimento solto. 
Um pequeno pedaço do paraíso chama pela janela.
Às vezes a altura ajuda a se sentir seguro... 
Quando tudo de repente não parece ser o que era. 
 Duas e dezessete da manhã é sempre um bom lugar para sinestesias e devaneios. 
Sem querer dizer nada, deixando tudo à mostra.
Sempre assim, nunca talvez deste jeito.

Não quero me fazer entender, então só por isso, talvez entenda.
Não escolhia pessoas pelo que eram, mas pelo que eu me tornava quando estava com elas. 
Pode chamar de piegas nostálgico ou qualquer adjetivo mais brega.
Eu adoro música “brega”.
E quando sua vida real supera seus sonhos, o que se faz?
Duvida? Corre? Affff....
Lembrar é fácil pra quem tem memória, esquecer é difícil pra que tem coração.
E quando você sente saudade do futuro? Estranho hein?
Palavras são perdidas, promessas são esquecidas, papéis e cartas apodrecem...
E o que fica são jornais com horóscopos vencidos que contam tudo.
Sócrates disse que deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homemMas, por que eu lembrei disso?

Nexo, nexo... Sem nexo...
Hahahahaha ... Estou com sono.
Quintana me socorra: “Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura... Tendo-os na ponta do nariz!”

Seja como for... Já nem penso mais.
Todos dormem!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sobre "dar certo"!

Às vezes as pessoas não estão acostumadas a escutarem casos de pessoas que dão certo. Quando estas pessoas falam delas, quando emitem o pronome "EU" em tom de auto-orgulho, isso muitas vezes soa como boçal ou "ego inflado". No fundo existe uma resistência silenciosa e egoísta em saber que o outro pode sim ser feliz e dar muito certo - e mudar e fazer a diferença. Nos acostumamos com a unanimidade dos médios, seus frascos de remédio, seus livros médios e seus tédios. Auto-realização é um perigo para quem não a experimentou. Os outros pensam: "-Quem é ele para achar que sabe isso?" "- Se acha!!!". Confundem então, segurança, com presunção. Talento, com seus complexos de inferioridade. E dão um belo tiro no pé do que poderiam espelhar, aprender e mudar! (Jordan Campos)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Intuição

(Por Jordan Campos)

... Uma doce intuição verde e com gosto de fruta madura...
Pronta para ser devorada calmamente, na sombra ensolarada da copa
Você pode até achar engraçadas estas minhas certezas...
Mas na intuição e sempre nela, me lanço, como que lambuzado por salivas ectoplasmáticas
De anjos que gritam onde, quando e por quê!
E uma imagem assim, se fez, sem se pedir, sem se planejar.

Na imaginação uma pequena parte de um todo a se decifrar.
As imagens são fortes, densas, mas o vento que as trouxe são os mais leves possíveis.
Anúncio de um novo tempo? Preces atendidas? Coisas d’alma.
Tudo flui diferente nas artérias quando de posse desta imaginação.
E o diferente é vizinho, e mora ao lado.

Um gosto de carambola em cima da árvore do sítio de meu avô...
Uma inspiração com este gosto e cheiro de coisa boa, toda!
Uma saudade do que não se teve. Teve?
Terra do Nunca ou do Sempre?
Almas extraterrenas num plano mirabolante no chamado: Planeta Terra!
Assim somos nós, eu sei... Não sinto esta inspiração à toa!

Há uma ansiedade em colocar os dedos dos pés numa areia salgada.
Que venha a abençoar a chegada e curar todos os antigos pecados.
Batismo regado a água de côco, como bom baiano-turista.
E quando a ansiedade chega, ela nos dá apenas duas opções:
Enfrenta ou foge! Não existe opção do meio.

Agora vejo uma porta...
A curiosidade me faz abaixar e olhar pelo buraco da fechadura
Para minha surpresa... Um outro olho do lado de lá a me encarar também!
A única forma de saber então o que há do outro lado da porta...
É adentrar mansamente pela íris que vejo...
Entrar n’outro para sair... Onde ou aonde?
Talvez a chegada não importe, e sim, agora...
Apenas o caminho.

(...)