sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Por Falar em Paixão...

Por Jordan Campos

Buscamos como ao ar uma ponta que seja da tal felicidade, do gosto dos filmes e das novelas.

De onde vem este sentimento que para e muda o humor do mundo assim e talvez faça a gente se sentir tão melhor, mesmo que por um longo segundo? Somos os desbravadores dos mares e do espaço, mas primatas do coração, reféns d’uma saliva angustiante alheia e de um tremor que nos faz pegar no coração com os cansados dedos e sentir doer e arder literalmente. Você já sentiu o coração doer de amor? Não estou falando da metáfora, digo literalmente - num vazio angustiante ou numa pontada cruel? Sim, ele dói. Sim, ele pede algo ‘incompreensível’ desde que nascemos. Buscamos a tal metade da laranja e não nos contentamos com o limão com açúcar e pinga, não. Enganamos-nos nas bocas e nos sexos. Eles invertem os papéis, trocam os gêneros e ainda assim há de se fazer sentido em algo sem sentido. Queremos para sempre o que não temos e adoecemos coletivamente da pathos, vulga paixão.

Quem não se apaixona não vive. Há dor nisso também, como milho apertado que só na dor vira a bela pipoca. Ah, pipoca lambuzada da derretida dita cuja!
Como dizia o Renato querendo falar da paixão: “quem inventou o amor, me explica por favor”.
É um desafio na terapia que faço e sinto a cada dia desafiar os enredos do amor e da paixão. Não se pode friamente guiar. Há de se precisar sentir e se travestir do mais belo espelho para tentar devassar as profundas tristezas, com carinho e pureza, esfaqueando Freud que se remove na tumba, e que sinceramente não me dá a menor pena. Trocou a entrega única que explica e cura na sequência, numa vertente bifásica, por um charuto fálico e perdeu a chance de ir simplesmente além do médio.

Apaixone e deixe apaixonar.
Ame sempre, no entanto.

3 comentários:

  1. "Quem não se apaixona não vive..."então são muitos nesse universo, triste constatar que esse é um privilégio de poucos.Muita PAZ!bjs, Rai.

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  2. Caro Jordan,

    Parabéns pelas postagens e conteúdo do seu blog.

    Fraternalmente,

    Rogério Magno.

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  3. Ha... concordo plenamente. O amor doi, verdadeiramente de dor angustiante, de vazio latejante.
    E o que não faz um coração vazio de paixão se não procurar alguma dor que lhe dê sentido, seja ela branda,seja ela lancinante.
    Sinto falta do amor, da paixão, da dor. Acho que estou doente.

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