sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Minha Fé


Por Jordan Campos

Minha Fé é um gigante num corpo fraco (para gritar sempre tudo de uma vez);
Minha Fé é o único ar que eu respiro (o que é mesmo o oxigênio?);
Minha Fé não é forte, divina, maior ou melhor (ela não suporta adjetivos);
Ela simplesmente é Fé, tudo e só.
Às vezes é preciso mais de uma batalha e ela me diz: “levanta e vai de novo e de novo”.
Toda a Fé encontra oposição violenta e exagerada de espíritos medíocres.
Quem quer fazer algo encontra um meio, quem não quer fazer nada arranja desculpas.

Se colocarem uma pedra no meu caminho...
Eu lapido no sangue e unha uma imagem de salvação divina.
Se às vezes parece que meu nome é “otário” ou que luto por “causas perdidas”...
É porque, de nunca terem atingido teus sonhos, desdenham do meu.
Sim, e o meu é infinito, porém palpável.
Pois que então não é um sonho suficientemente grande aquele em que se prevê o fim.
Se colocarem uma doença no meu caminho...
Mato o micróbio de fome, num jejum de Fé, e ele se vai antes de mim.
Se me apertam o pescoço de noite e acordar sufocado...
Eu agradeço por me avisar que tinha que beber água e volto a sonhar tranqüilo.

Se tirarem de mim o que mais amo, e tentarem denegrir o que é lindo...
Sairá de mim uma força que não existe física nuclear a medir e irei até o infinito fim dos tempos que nem sei onde estão...
E sacudirei o “amor” nu, num gesto certo, do alto da pedra e direi sem falar: eu estive aqui, eu estou aqui, eu sou o aqui.

E mesmo que eu chore lágrimas de sangue pelo coração dilacerado...
E mesmo que eu nem sue mais, por não ter mais água no meu corpo desidratado...
E mesmo que eu nem diga mais nada, pois tive que aprender a linguagem dos anjos para ali chegar... 
E esqueci como se juntar as ditas letras...
E até se no final eu não puder ter forças para mais nada e meu corpo vier a falecer pela chegada;
Minha alma sorrirá, pois meu espírito ali estará até o fim dos tempos.
Pela Fé que me move e alimenta;
Pela Fé que me faz menor do que achava e maior do que nem supunha;
Apenas uma guerra é permitida à espécie humana: a guerra contra a extinção do Amor.
Morrerei tranqüilo pela minha guerra neste corpo raso e corrupto;
Encarcerado na minha alma sorridente e vidente.
Meus olhos cheios de água lavam os degraus , os sonhos e todas as calçadas nesta sexta-feira.

...

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