sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Estranha Arte de Viver e Morrer

Por Jordan Campos baseado no “Livro do Viver e Morrer Tibetano”

Prólogo

Para aqueles que estão no caminho de entender que “A vida é uma viagem, bebida sem gelo... Engolida às pressas, às vésperas da sede”
E que insistentemente provocam no seu caminho, revoluções.
São vistos como burros, imaturos ou qualquer adjetivo que os intitule: medíocres.
Poucos sabem na prática que o caminho de toda a verdadeira luz e da máxima perfeição que possamos ter aqui na Terra é composto de uma insistente luta-batalha...
Por uma certeza interna que inevitavelmente no início do caminho do aprendiz, leva à repetição, à tentativa e erro, e à uma desordem que é a própria evolução.
Entendamos:

Ato 1 (Primeiros Passos)

Ando pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio...
Estou perdido... Sem esperança.
Não é culpa minha.
Leva uma eternidade para encontrar a saída.

Ato 2 (Oportunidades de Aprendizagem)

Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Mas finjo não vê-lo.
Caio nele de novo.
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar.
Mas não é culpa minha.
Ainda assim leva um tempão para sair.

Ato 3 (A Insistência do Imaturo e o Choque)

Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Vejo que ele ali está.
Ainda assim caio... É um hábito.
Meus olhos se abrem.
Sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.

Ato 4 (O Princípio da Maturidade)

Ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta.

Ato 5 (Evolução)

Ando por outra rua?
Ou volto e vejo que vale à pena concertar o buraco e não cair mais?

Epílogo

“Não vim até aqui pra desistir agora, Entendo você se você quiser ir embora
Não vai ser a primeira vez nas últimas 24 horas, Se depender de mim Eu vou até o fim.
Falando assim parece exagero, Pois Eu não vim até aqui pra desistir agora.” (Gessinger)

A opção final vinda da boa dor da maturidade nos faz, com gratidão e respeito, agradecer ao buraco da queda - sem eles não seríamos quem somos hoje.
A opção em andar por outra rua e deixar o buraco lá é nossa.
Mas alguém há de rapará-lo, apenas com Amor pelo mesmo,
Caindo de novo e de novo, em alguns atos como acima, no mesmo tipo de caminho.
A opção de pôr as mãos nele, aceitá-lo, concertá-lo e ressignificá-lo é a que poupa, que inevitavelmente, mesmo andando em outra rua, encontremos o mesmo tipo de buraco e caiamos nele.
Não subestime o buraco.

Alguns chamam isso de necessidade de aprendizagem.
Alguns chamam de “Carma”.
Outros, simplesmente de Lei de Deus.
Eu chamo de Amor.

...

Um comentário:

  1. Já caí tantas vezes em um buraco, parecido com esse.
    Ainda não sei se já devo andar por outra rua, ou concertá-lo, ou simplesmente ignorar.
    Ainda não sei.

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