quinta-feira, 29 de outubro de 2009

ACHADOS E PERDIDOS


Por Jordan Campos

A minha razão agora,
talvez seja o rosto que nunca conseguirei esquecer
banhado em um rastro de desejo e cautela.
Ela talvez seja a metáfora que minha música disfarça
ela talvez seja mil coisas diferentes no decorrer de um dia.
Na verdade nós somos fome e banquete ...
revezando um bombom de chocolate em plena sala de espera.

...

Eu sempre pareço tão feliz na multidão
Meus olhos são discretos e orgulhosos ao mesmo tempo
Que ninguém até então entendeu o que é que há
Deve ser que eu sou o único a dirigir sem parar
Ignorando os sinais de perigo e contramão:
Com duas mãos tapando meus ouvidos
Meu coração fica sempre sem a velha proteção.
Cheguei de novo então no velho achados e perdidos
Eu, bem, eu sempre fico um pouco dividido:
Fico aqui ou saio correndo e deixo tudo pra trás?
Velha pergunta, nova razão

Ligue para o achados e perdidos
Peça para passar a ligação
Ligue para o achados e perdidos
Talvez você possa enfim se encontrar
De certa forma você sempre vai estar por lá.
É que nós pertencemos a este lugar.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ousar ( reprise )



Por Jordan Campos

A maior experiência da vida são as pessoas complexas. O real bom combustível separador do achismo vazio, da verdade mais real que existe são as pessoas complicadas. Subir na montanha e procurar a paz não resolve nada – lugar vazio e frio. É no meio do suor, da lágrima, do frio na barriga... Que repousam as mais eloqüentes lições.


É necessariamente quando tudo parece ruir, quando a dor aperta que tudo está no caminho de se resolver. Você conhece algum momento da humanidade onde se mudou, evoluiu... Sem que houvesse revoluções, guerras, mortes? Não... desconheço. A própria fase histórica onde nada se fez, nem uma rebeliãozinha, foi a idade Feudal ‘das trevas’. Com a nossa alma é a mesma coisa é preciso que venha a revolução, que doa, que sangre... Que morra a velha carcaça e que reine absurda: a nova casca.

Pedimos e recebemos, mas quase nunca da maneira como queremos que seja. Dizemos: “que seja feita a vossa vontade” e assim que terminamos listamos as nossas. Coragem Irmãos!!! Amigos, companheiros...

Peça.

Mas cuidado: para quando seu Deus bater em sua porta você não esteja no quintal procurando trevo-de-quatro-folhas. Tá doendo? Mergulhe que vai curar. Acredite na lógica maior. Abra a porta, vai, vai!!! Estas palavras não estão sendo escritas por que li no livro, escutei de alguém... Vivi o absurdo da altura do pico e da profundidade do penhasco.E começo a entender com a ajuda desta gente que amo, a gente. Escrevo pela emoção de quem tem na pele isso tudo.

A vida é curta: você não vai conseguir ler todos os livros que quer ler. Não vai conseguir visitar todos os lugares que sonha. Não vai saber todas as novidades que acontecem neste segundo nem em 100 anos. Então... Se a artéria do teu coração, neste exato momento estourar e você cair neste teclado... o que ficou? O que fica?

Pense nisso.

Ouse aceitar a tua revolução neste segundo e comece a mudar o resto de sua existência.

domingo, 25 de outubro de 2009

Tradução (A Canção) / Jordan Campos

Compartilho aqui no blog o clip da canção "Tradução", de minha autoria.
Ela leva minha voz e violão apenas e é climatizada em cenas do filme "Romance" com o Vagner Moura e Leticia Sabatella.
Engraçado que a minha saudosa Muros de Vento a musicou em um CD acústico ao vivo que se esgotou no tempo, então aqui vai a versão apenas de voz e violão caseira mesmo, feita por mim.

Êita terapia boa esta. Espero que gostem.
O clip tem legendas da letra da canção.



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A PESSOA


Por Jordan Campos


A pessoa queria um palácio
Eu só queria um endereço.
A pessoa queria o prato mais caro
Eu só queria “matar” a fome.
A pessoa queria o carro do ano
Eu só queria chegar.
A pessoa queria o maior salário
Eu só queria pagar em dia.

A pessoa me pediu o Sol
Levei-a para um pôr-do-sol, e ela de óculos escuro.
A pessoa me pediu a Lua
Fomos ao telhado sem nuvens e ela de costas lixando as unhas.
A pessoa me pediu um presente
Me embrulhei numa caixa, ela abriu e ficou procurando em minhas mãos.

A pessoa disse que queria ficar rica de vez
Eu olhei a agenda do meu celular na parte “contatos” e disse que eu já estava.
A pessoa não entendeu:
Eu tenho Amigos.

A pessoa só queria supérfluos.
Eu só queria o essencial.

.

domingo, 18 de outubro de 2009

Semana de Sumiço


Nesta última semana estive um pouco ausente do blog, correria e mudanças de horário em minha agenda e novos rumos e desafios na escolha em ser uma ferramenta ao meu próximo. Do filantrópico óbolo ao requinte executivo, revelo minha projeção, como diria Jung.

Nossa, estou precisando de uma secretária externa urgente, um braço direito, e porque não um esquerdo também. Incrível que coloquei alguns anúncios e as pessoas realmente ‘viajam’ com seus currículos mirabolantes. Os mais ‘velhos’ não colocam data de nascimento, os mais novos ainda com seus e-mails tipo: ‘aninha_sapeca@hotmail...’ ou pior: 'andrea_muito_louka@gmail...’ Quem iria chamar estas criaturinhas para uma entrevista? Vou ter que incluir no roll de palestras que dou uma apenas para redigir currículos. Não falei também das fotos que acompanham os currículos. Pedi ‘com foto’, não para discriminar ninguém, mas para ter uma idéia de como a pessoa se preocupa com sua imagem. Foi o fim... De 188 currículos que recebi, pedindo fotos, apenas 55 enviaram. Destes que citei tem ‘fotinhas’ de Orkut, poses e beijinhos, olhares fatais e até de defuntos. Meu Deus!!! Depois reclamam de desemprego e falta de oportunidades – as pessoas não sabem nada de marketing pessoal. Precisam de um curso completo. Se algum empresário estiver lendo este blog podemos fechar uma turma destas, ok?

Pronto, consegui nove currículos, que se não tiverem clonados, servirão de base.

Saudades de minha secretária Milla, que hoje mora na Espanha, bem casada e lutando. Ela era o ‘cara’. Nunca encontrei ninguém igual à Milla. Isso quando eu era dono de um estabelecimento de educação / e a sala da direção era um pequeno laboratório de terapia (risos). A Milla era fantástica, cuidava de tudo e quando eu entrava com cara de estressado me expulsava da minha empresa mandando um corte de cabelo, um jantar e dizendo: não me apareça aqui até estar ótimo, e ela deixava tudo ótimo, até nas crises.

Bem, nestas noites, mudando de assunto, andei um pouco pela madrugada de Salvador e as ruas mostram fantasmas e zumbis que ganham e perdem a vida. Eu me senti frágil, mas jamais culpado. Viajei ao Taj Mahal e ao submundo da favela mais frágil. Semana de opostos e energias complexas. Acabei de tomar um banho que vou dar a receita: água fervendo, dez pedras de cânfora, vinagre de maçã, sal grosso e alfazema. Não, não é um kit despacho, é algo científico na minha transpessoalidade e cada elemento assumindo um papel na limpeza e clareza do corpo, mente, espírito e perispírito.

Que venha nova semana, estou pronto para você.

Amém.

sábado, 10 de outubro de 2009

Inexata exatidão.

Por Jordan Campos



Quisera eu, nos vinte e poucos anos pretéritos que antecedeu sentar aqui às 02h04 da manhã, e ter o afã de pensar poder ler todos os livros, provar todos os gostos, saber todas as falas e rimas, todas as formas de tocar meu violão e os instrumentos imaginários que embalaram o extremo bipolar que sou e que somos.

Hoje presto atenção na sombra do vento que me revela segredos que não escutava antes. Sei que poderia ter feito melhor, que deveria ter calado naquele minuto que me rendeu dois anos de discussão, que falhei tentando ser mais do que supunha, mas que ri horrores justamente por não levar teorias ao travesseiro. Será que evolui? Não, a evolução não é a idade, não é o ganho tecno-cultural, nem tampouco as facilidades de se fazer mais e, ou melhor. A evolução é simplesmente se dar conta do que sempre existiu. Na verdade tudo já é, só traduzimos. Evoluir é traduzir. E das minhas histórias caladas parei de culpar, exigir de mais ou arrepender. Se eu voltasse, se nós voltássemos àquele dia, faríamos exatamente igual. Pensamos que teríamos outra ação, e isso é mero engano. Truque do ego que interpretou a conseqüência póstuma, nada a mais que isso. Eu gosto muito do que sou hoje, então agradeço aos meus desafetos, a quem me fez chorar, às doenças, aos colapsos, aos divinos demônios que são responsáveis por que eu seja exatamente assim. Devo tudo a vocês, também.

Não é triste agora saber que não irei a todos os lugares que queria, nem que não vou conseguir ler tudo que queria, nem pecar o tanto que queria... A existência, nesta sala de aula do grande Educandário, é curta demais para lamentações e extremos culposos. O tratado do amor platônico tem que sair do papel. Rapunzel tem que cortar os cabelos e abrir a porta da casa e apresentar a escada e a mesa de jantar - a Esperança que entrou de verde tem que voltar, e de verde ainda mostrar seu interior multicolorido. Nem vou corrigir o que estou aqui digitando numa velocidade psicográfica, vou deixar como está. Nesta ‘sala de aula’ existe uma escolha, e não várias desculpas. Sem passado ou futuro, só presente. Embrulhado dentro de nós.

De exato, minhas histórias caladas, explicitadas no inexato ato de meu olhar clandestino. De inexato a centelha divina da surpresa do segundo que vem, e que venha de todo, da forma que vier, ‘que seja feita a vossa vontade’. E mesmo se rebelde permanecer, vou baixar a cabeça e tentar não reagir e só sentir. Quando a febre vier me provar de novo que luto, quando eu terminar este falatório... Vou deitar e fechar os olhos para o fora e abrir para o dentro.

Sim, desafinei naquele dia. Sim, não sou tão grande quanto supunha. Sim, falhei naquele dia e noutro. Sim, emprestei sem poder e queria de volta o mais rápido. Não, não fiz por mal, não me leve a mal, se puder me perdoe. Sim, às vezes duvido, quem não o faz? Mas sim, só espere de mim uma sinceridade tão ilógica e dessocializada que por vezes desentenda. Sou o homem-sol que adora tempestade, sempre.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Ciência do BEIJO


Por Jordan Campos

Existe algo mais delicioso do que o beijo?


Se você, por exemplo, respondeu: chocolate, experimente chocolate com beijo, então. Você pensou... “sexo”? O beijo é o tempero do sexo, pelo menos falando em sexo total e não no ‘sexo puramente genital’. Ou seja, para tudo que você pensar eu defenderei que fica melhor com beijo. – O grande termômetro da relação.

A falta do mesmo numa relação, no entanto pressupõe alguma sombra lacunar que deve ser pensada e se possível corrigida em tempo. E se você acha que não sabe beijar, vamos concertar este conceito. Sim, você sabe beijar. Apenas pode não ter encontrado alguém que beije e responda ao mesmo como você. Se você baba, há de encontrar a sua alma gêmea da baba. Se beija o nariz ao invés da boca, alguém há de te beijar o nariz e se melecar juntinho... E por assim vai, mas, por favor, relaxe.

Segundo o kama sutra existem 30 tipos de beijos. Vou prosear aqui no blog sobre alguns, sob meu ponto de vista, como terapeuta que sou, para ajudar nos relacionamentos e levantar a bandeira eterna do BEIJE MUITO. Assim como ninguém merece o ‘papai-mamãe’ sexual de sempre, o beijo é a mesma coisa, então vamos lá:

- Beijar de lado é o mais comum, inclinar as cabecinhas e começar a investigação é a preferida das novelas e do cinema. Permite uma penetração profunda da língua, para os que beijam de língua. (pois existem aqueles casos de vácuo de boca, terríveis – você espera que algo venha de lá e fica um vazio...) Recomendo este beijo para iniciar um relacionamento com o pé direito.

- O beijo inclinado quando um dos dois coloca a cabeça para trás e a outra pessoa, que a segura pelo queixo, a beija. Recomendo nas preliminares, quando se prefere fazer sexo com lentidão e de frente.

- Tem o beijo direto, quando os lábios dos dois se unem diretamente e se chupam como se fossem uma fruta madura. É um tipo de beijo em que o importante é que além de serem chupados, os lábios sejam mordiscados e levemente acariciados com a língua. Pode ser mais excitante do que o beijo de língua.


- Temos o beijo com pressão, onde os lábios se pressionam fortemente com a boca fechada. É um beijo para iniciar a relação ou para terminá-la, tipo oito ou oitenta, não convém mantê-lo por muito tempo. Os dentes se cravam na parte interior dos lábios e pode sair sangue.

- Já o Beijo superior ocorre quando um dos dois pega o lábio superior com seus dentes e o outro devolve o “carinho” beijando-lhe o lábio inferior. É um beijo autoritário, para dizer quem manda na ‘parada’.

- O Beijo ‘luta de língua’ é aquele que se atira para todos os lados... Dentes, gengiva, o céu da boca, o aparelho, a obturação, o canal...

- O Beijo palpitante acontece Quando um dos dois deposita sobre os lábios milhares de beijos bem pequenos percorrendo toda a boca e a junção dos lábios. É bom no pós orgasmático para quem tem, o no pós fingimento para quem o faz.

- O Beijo nominal é legal. Você toca com os dedos os lábios do outros, abre e beija e fica repetindo isso com dedos e língua... muuuuito bom. Recomendo.

- Beijo com um dedo, quando o amante percorre a boca da amada por dentro e por fora com um dedo. Sim, vai o dedo e a língua junto. Lave as mãos, ok? Por que já bastam as bactéria da boca. Santas bactérias.

- Beijo com dois dedos, quando uma das pessoas fecha dois dedos, molha-os ligeiramente nos lábios do outro e faz uma pressão sobre sua boca. É meio cafajeste, e não costumo usar.

- Beijo Capilar, este é dado na raiz dos cabelos... Uma ótima opção para acordar, ou para iniciar a pegação.

- Beijo nos pés – Olha, vou dizer, poucos sabem a satisfação de dar e receber este aqui. Não é apenas dar beijinhos não. É beijar de língua o pé inteiro, as entradas de cada dedinho, joanetes, etc etc... Faça após o banho.

- Beijo viajante é o beijo que não se concentra na boca... viaje, viaje... Entendeu?

- Não poderia deixar de incluir o beijo no peito ou nos seios... Esse é um beijo onde a umidade e a pressão são fundamentais. Algumas pessoas quando estão chegando lá, intensificam tudo se sentirem uma leve dor no bico do peito ou seio. Vale tentar.

Bem, agora treine sem parcimônia e renove seu guarda-roupa de beijos.

Se tiver alguma sugestão ou quiser postar a sua experiência com um dos beijos acima, fique à vontade, mas nunca na vontade.

domingo, 4 de outubro de 2009

O Ser Humano está doente.


Por Jordan Campos

Não falo dos sintomas, nossos maiores amigos. Falo do conteúdo disto, da consciência presa no calabouço das sombras. Das nossas sombras de pecado, certo e errado. Bipolares buscando um pólo que seja.

Quando um amigo, se é que tens um de verdade, te mostra a verdade nua e crua, fala o que te falta na sua cara e te revela seu lado sombrio, falseado de vã moral, o que você acha? Que ele de repente virou inimigo? Poucos ou quase nenhum tem a coragem para isto. Mas, não estamos a sós, os sintomas fazem esta parte. Tiram-nos do trono do ego e nos mostram como vermes reféns. Oh, bendito sejam, mas malditos são nas nossas línguas, os ‘pobres’ recebidos na pele ou na mente, vez ou outra.

A medicina preventiva de nada adianta para eles - quanto mais procuramos a cura total, mais chamamos o seu oposto. A prevenção só serve para alertar ao acúmulo de toxinas ingeridas pela boca, pulmão, pele, ouvidos, olhos e mentes. Mas é incapaz de barra a doença que seja, e sabemos muito bem disso. Mas ler isso nos choca e incomoda.

Tudo há de ter seu pólo, e assumí-lo é a única prevenção real. Somos bons e maus, somos curtos e longos, temos aqui um reflexo de todo o universo. Não há a evolução como supomos, há apenas um saber melhor sobre o que sempre esteve ali. Somos TUDO tentando nos dividir, isso gera a angústia. Como um livro, feito e oportuno. A cada vez que o lemos parece que tudo muda nele - se não tivéssemos a certeza de que seu conteúdo não muda, acharíamos que foi trocado e reescrito. O que muda é o momento, a clarividência de se abrir ao que sempre esteve ali. Pensamos que conquistamos, mas apenas tomamos ciência.

Se de repente achamos a beleza bela, acabamos de pressupor a feiúra.

A queda não é o fim. Mas o começo recheado de luz. Na história cristã a queda foi de Lúcifer e o que este nome significa? Significa: ‘o possuidor de luz.’ – A queda é repleta da luz, a doença também. Tudo é UNO. E os maiores heróis da história, Deuses e curadores tiveram que descer aos infernos, enfrentar os monstros para ter a iluminação. Até Jesus tentado foi no deserto. A história nos revela que só enfrentando a sombra como parte de nós poderemos ascender a tentar a saúde total, pois a luz sempre terá uma sombra.

...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Toda a Loucura que nos há.


Por Jordan Campos

Há quem goste dos venenos mais lentos!
Sentir o consumo quente de todo o suor
Pensar num instante em tudo que se fez ou nunca também
E lentamente se deixar levar ao limite do antídoto
Acha que o veneno trará a imunidade...
E arcará sozinho com as responsabilidades e seqüelas
Sozinho. Egoísta proposital.

Há quem goste das bebidas mais fortes!
O absinto que sinta queimar toda a tola razão
E poder dizer de cara limpa que não foi o próprio que estava ali.
Fuga mesquinha e covarde? Mas o que fazer nessas horas?
A garganta acesa para falar o que há
Para tentar decifrar se foi um vício ou uma queda
Tentar.

Há quem goste das drogas mais poderosas!
Para aprender a lutar, academia da mente.
A química que corre nas veias o pertence.
Mas acham que não pertence a ela. Tsc, tsc...
Doses e overdoses para parar esta louca ansiedade
E controlar o pânico no que não existe.
Existe?

Há quem goste dos cafés mais amargos!
Para acordar de vez dos pesadelos mais absurdos
Para olhar em volta e apenas soltar um suspiro esquisito
Para queimar a língua de todos os julgamentos em vão.
Para restabelecer a ordem no barril de pólvora
E eu que nem tomo café
Tomava.

Há quem tenha um apetite voraz
E os delírios mais loucos
Roubando frases feitas a sangue frio
E montando suas próprias conclusões
Tendo o impulso dos que vão à lua sem construções
Fazem para si nem sempre o que há de melhor
Mas nunca fazem o que não querem fazer não!

Há quem goste de brincar de calda de chocolate.
E esquecer que na verdade não é a calda, mas sim o sorvete por debaixo.
Há quem não é contra e nem a favor, muito pelo contrário.

Existem também os normais, nunca entendidos, no hospício mais próximo.