segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Homem-Sol


Por Jordan Campos

Hoje acordei as quatro e quinze.
Não tenho nome, casa, cama, nada.
Me chame apenas de homem-sol
Para levar, dividir e iluminar estes passos tão incertos ...
Quando se nasce por aqui
Dizem que se nasce com o pecado
Então, pelo menos já é algo seu
E você não precisou roubar, ganhar, conquistar.
Por aqui, você é procurado vivo ou morto
Para servir de conversas de elevador
Que prendem, viciam e corrompem essa gente tão medrosa.
Mas ninguém vai me pegar assim tão fácil não.

Eu sou o homem-sol
Que adora tempestade
Eu sou o homem-sol
Que seca e começa a dor
Eu sou o homem-sol
Procurado por uma sombra sem nome, assim como eu.

Pois eu sou o homem-sol
Conheço todo este mundo-atalho de pecados inventados e liberdade condicional.
Ah, eu sou o homem-sol!
Entre o céu e o inferno, para ficar do teu lado.
Eu sou o homem-sol
Um estranho esquecido que você chamou e bateu a Porta.
Sou filho de Ninguém, e Ninguém mora na esquina, para vocês.
E o que você me diz? Eu já sei!
Vou manter os olhos abertos contra as sombras
Que nos apagam, consomem, adultera você.
Te faz pensar pequeno e te dá o medo como estrada
Mas eu sei que isso um dia vai mudar.
Vai mudar, vai mudar...

Eu sou o homem-sol
Que canta na chuva, velha amiga de infância
Eu sou o homem-sol
Sob a neblina, sob os sorrisos em véu
Eu sou o homem-sol
Olhe para mim e não tenha medo de fantasmas.

Um comentário:

  1. O "homem-sol" com tantas atribuições e ao mesmo tempo tão solitário.Todos nós temos um pouco desse homem.Podemos refletir muito sobre cada linha escrita.Gostei muito, parabéns!Muita LUZ!bjsss.

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