sexta-feira, 25 de junho de 2010

Para Poetizar depois de um Assalto Estranho.

Por Jordan Campos


Estava há algum tempo sem escrever poesias.
Vi que o blog estava muito mais indicativo dos fatos objetivos.
Ok, ossos do ofício também.
Então, para poetizar...

Estava vagando na internet e encontrei uma pessoa que se diz ser o Amor.
Será que ela saberia dizer o que isso significa?
A simplicidade complexa de ser o tal!
Então ela foi a culpada pelos meus atos mais insanos e lindos?
Ela corre em mim e não sabia?
O que seria ser o Amor, então?
Se não, um pedaço de todos, num imenso diálogo com o inconsciente coletivo de todos.
Uma deitada na cama de Deus e do Diabo.
Pois há muito amor de Deus em manter alguém mau eterno, então o Diabo tem que ser muito amado.
(risos)
E há poesia nisso.

... E o dia se vai...
E aquele vestido verde que não me entra na sala.
E a aquela súbita parada no meio da estrada em troca do liquor da vida?
Quem poderia me dar de volta a agenda das chances.
Ei, não me perdoe, me aceite.
Não me ame, me respeite.
Mas pode se apaixonar em febre útil, engenho da vida.

Sim...
Ontem dois homens entraram no meu carro de repente.
Foi muito rápido... As travas não estavam acionadas?
Anunciaram assalto – e agora?
Juntaram tudo e juntos resolviam o que fazer comigo numa fala confusa
Sacaram o valor monetário da pobre carteira, chaves, celular...
Eu contei até dez num silêncio permissivo...
E simplesmente naquela hora em que tudo podia acontecer...
Não me perguntem o por quê, acho que não negocio com terroristas e pelo menos poderiam ter um plano melhor e não discutir isso na minha frente.
Falei alto que apenas saíssem do carro e pedi para ser bem rápido.
Que devolvessem tudo, mas levassem o dinheiro...
“Anda, sai, sai...” Repeti rapidamente e repetidamente.
(sim todos já acharam que tive sorte em ter sido assim... mas acho que foi outra coisa...)
Como naquelas cenas em que o monstro que vai te atacar se assusta com outro maior por detrás...
O 'cara' da frente abriu a porta assustado e gritou para o ‘cara’ de trás sair do carro em claro espanto.
Ele hesitava e firmemente eu disse:
“Não vi teu rosto nem você o meu, saia daqui agora e deixe tudo que não for dinheiro”.
(pensei em tomar uma coronhada ou coisa parecida, mas insisti... aquilo deles me soou tão tosco)
Recebi tudo jogado para o banco da frente como num serviço de entrega...
E o vi sair do carro jogando as chaves para longe e correndo.
Olhei para trás esperando o monstro maior de que correram.
Uai, não achei...
Catei as coisas e a chave e voltei para casa, olhando as ruas...

Onde foram?
O que houve de verdade?

Talvez... não saibamos nunca.
Talvez se assustaram comigo.
Talvez fossem inexperientes e esperavam pura passividade minha.
Talvez o cara de trás blefou e não estivesse armado (e isso faz diferença no dois contra um?)
Talvez ficaram com pena
Ou eu deles...
Talvez foi a PNL do dia-a-dia e minha ação verbal e não-verbal contou.
Talvez foram hipnotizados ao assaltar um terapeuta transpessoal (risos)
Talvez foi Deus.
Talvez...
AMOR.

4 comentários:

  1. Eu acho que foi sorte mesmo!
    Parabéns pela coragem... Imagine se tivessem uma arma e viesse coisa pior que uma coronhada??

    Mas que bom que tudo deu certo...
    Parabéns pela poesia também.. ficou muito boa =]

    ResponderExcluir
  2. Jordan, que perigo!!!! Mas até disso vc consegue fazer poesia, não é? kkkkk

    ResponderExcluir
  3. "Há mais mistérios entre o céu e a terra que imagina nossa vã filosofia".
    Neste universo nunca estamos sozinhos, sempre somos intuídos... se conseguíssemos ouvir ou pelo menos prestar mais atenção às coisas que nos cercam, certamente seríamos poupados em muitas situações limite.

    Deus sabe o que faz e, sabe também da sua importância para todos nós.

    Que ele continue lhe abençoando!
    Beijos carinhosos
    Tatiana Senna

    ResponderExcluir
  4. Quiçá tenha sido o Universo, que resolveu te devolver nesse momento, toda a energia boa que liberas através dos seus projetos, das suas iniciativas, canções, artigos, etc.
    Mas vamos rezar para não ter que passar por isso novamente, pra vc não ter que repetir essa loucura, não é mesmo?

    Forte abraço,
    Wanessa Torres Portugal

    ResponderExcluir