quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Além do Retrovisor - diálogos da (des)ordem.

Por Jordan Campos

Ele veio me perguntar:
- O que se faz depois de se cair em uma cilada?
- Quantas pedras a mão pode alcançar?
- O que se pensa?
- O que se deveria não pensar?
- Onde fica por um segundo toda a virtude acumulada?

O choro na garganta ao invés do grito pelo tudo que há o consumia
Oh, algoz sádico e silencioso que cultivamos nos jardins de outros.
Acreditar que pudesse chegar aonde chegou e distorcerem tudo.
Interpretarem no calor dos mapas internos corrompidos e não entnderem nada.
Deitado estava em cama macia, e no puxar dos colchões: só prego.

Prossegue:
- Tudo bem, está tudo bem...
- Para quem já viu a sola dos piores, afundar a minha cabeça na lama, está bem...
- Relaxe, não haverá vingança...
- Apenas mudança...
- Em você não: em mim, que conheço mais um de vossa espécie predadora.
- O troco que ficou não sou eu quem vai dar
- Na lei de reação universal pois, pode decerto aguardar.
- Não vou tomar todas, pois não bebo.
- Não vou fazer besteira, pois seriam duas.
- Não vou usar meus poderes, não iam suportar.
- Gente... coisa difícil mas minha grande paixão.

Mesmo tomando na cara todo o golpe da vaidade corrupta. Agora eu te falo, cale-se um pouco.
- Concerta-se amigo, isso é vida!
- Nada mais que mais uma ferida. E isso passa. TUDO passa.
- Entenda então de uma vez: inimigo é oportunidade! Problema é oportunidade de resolução.
- Oportunidade de entender e de se vacinar.
- Sim mas digo mais: sobretudo de se desnudar, chorar e ver que vivo sempre estará.

( ... )

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