terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sagrado Coração

Por Jordan Campos


Prólogo

As cartas do Tarot saíram:
O mundo / A torre / O imperador / Os enamorados / A Lua
Sendo respectivamente:
Quem somos / A sombra do agora / O norte / O desfecho / A explicação dos fatos

Ato 1

Eu fui embora
E parece que desta vez a porta bateu.
Bateu tão forte que a chave por dentro, caiu.
Caiu como meu choro insistente
Que a chuva de ontem dissimulou
Quando o guarda-chuva quebrou.
Fui insistente, nas palavras convincentes...
Que esbarram na parede de chumbo.
Na verdade estou sempre indo e voltando.
Acostumando a ter que deixar.
Deixar quem era por quem será.
Ou simplesmente: crescer!

Ato 1.2

Os processos geram vítimas
Que repetem atos de processos que não lhes pertencem.
E por se sentirem vítimas esquecem que também são algozes.
Deus não deixa que existam vítimas, apenas são lacunas divinas de reparação.
E se nossa capacidade de perdão for pequena, emaranhados ficamos eternamente.

Ato 2

Eu acordo de repente
E calo minha emoção às pressas
Para não acordar mais uma vítima.
O mapa de plutão molhou?
Todos os dias nos despedimos de algo sem saber...
Até mesmo deste passado que ficou nas reticências acima
E do futuro que será minha exclamação no final desta frase!
O presente então passa a praticamente não existir, entende?
E ao mesmo tempo ser tudo que se tem.

Ato 3

Não, não mudei de assunto...
Eu fui embora mesmo
Embora do passado, viajante do futuro.
Presente anagramático.
Qual o próximo passo?
Eu fui embora de mim para um “mim mesmo” diferente.
“É preciso nascer de novo para entrar no reino dos céus” – Disse o Mestre
E quero o céu, quero as linhas de trem para o paraíso.
Engana-se quem pensa que não se morre
E não se Nasce estando vivo nesta carne.
Ir embora de si mesmo para voltar melhor, sem as cascas do ego.
Limpo... pronto.
"Vai e não erres mais.." - Repetia o Mestre.

Epílogo:

O Sagrado Coração irá agora ser tatuado no branco braço cardíaco
Uma tatuagem de religação com o divino para espelho ver
E não se esquecer...
Que hoje sempre pode ser a última chance.

...

4 comentários:

  1. A porta sempre bate para quem vai embora...na verdade é preciso entender o movimento de estar sempre indo e voltando...quem era por quem será ou por quem nunca foi?...as vítimas e os algozes só existem numa batalha...a sua persiste?...o passado ficou em muitíssimas reticências não resolvidas...fui embora de mim mesmo, bastante significativo!...quando conseguir voltar sem as cascas do ego não haverá mais terapeuta nem escritor...somente Você!

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  2. Obrigado pela contribuição Roberto. A poesia acima não retrata o indivíduo que aqui escreve e sim o Ser Humano, nas suas idas e vindas. Estar vivio neste planeta é estar numa batalha enorme, pontuada ainda pela nossa ignorância do Todo, procurando nossas religações, casulos ou loucura. Por aqui, se quer PAZ te prepara para a Guerra. Como diz o livro "A Arte da Guerra" - "O objetivo maio da batalha é a paz". O passado de todos nós é carregado de reticências, culpas, dores e falsos perdões. Costumamos repetir os mesmos erros, por isso o tal: "perdoai não sete, mas sete vezes setenta".
    Realmente vc pontua bem no final. Eu não sou terapeuta, eu não sou escritor, eu não tenho um pai, nem tive uma mãe, eu não sou nem o Jordan: EU ESTOU NO JORDAN! O Jordan em que eu estou está terapeuta, está escritor... e pergunta como o Mestre: "quem é meu pai, quem é minha mãe?"... Se tomarmos estas pates como o todo nunca sairemos da prisão do ego. Ele porém é útil em parte para nossa missão aqui. Foi o fragmento cármico que nos foi concedido. E o darma é apenas entender que somos muito mais que isso e apenas estamos, não somos.

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  3. Vixe...sem pai nem mãe é bem capaz de ser um incriado! Tenho aprendido que muito mais que a verborragia (que só serve para aprisionar os ignorantes e incautos) as atitudes...o comportamento cotidiano transmite muito mais a Verdade...não minha nem sua...a do Universo! Pois somos todos, queiramos ou não, frutos imaturos da Natureza!

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  4. risos)... realmente o Jordan que estou tem um pai e teve uma mãe. Mas se ele tomasse ao pé da letra isso e tomasse esta parte como todo seria cruel de mais e estaria num emanharado sem fim e não teria feito tudo que fez e faz. Então ele aprendeu que os CDS têm mais faixas que apenas esta, e não fica arranhado em uma.
    No planeta Terra, realmente somos frutos imaturos da Natureza, vencendo a cada dia nossas más inclinações, aceitando e crescendo no limite do falso livre arbítrio.
    Talvez em K-Pax fosse diferente. Perguntarei ao Mingus.

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